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Observatório da Indústria: inteligência analítica e de dados


por Marília Silva

O setor industrial é o principal gerador e disseminador de inovação e transferência de tecnologias. Atualmente a indústria no Espírito Santo é responsável por 1/4 do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e responde por mais de 90% dos valores exportados pelo estado em 2021. Além disso, o setor gera, aproximadamente, 200 mil empregos formais, isto é, 1/5 dos empregados do estado e é o que mais remunera, com R$690,00 a mais do que verificado nos demais setores, à exceção do setor público.

Entendendo a importância do setor industrial e de que as instituições necessitam de maior subsídio para tomarem suas decisões, no último dia 30 foi lançado pela Findes o Observatório da Indústria. Localizado no oitavo andar da sede da Findes, em Vitória-ES, o Observatório atua com inteligência analítica e de dados e tem o objetivo de contribuir para a competitividade da indústria, para a tomada de decisões de investidores e para a definição de políticas públicas de desenvolvimento.

Somos o 5º observatório do Sistema Indústria Nacional e a Findes é a 1º Federação das Indústrias do Sudeste a implantar esse projeto, o que certamente ampliará a competitividade do Espírito Santo, que está localizado em meio aos grandes centros econômicos do país.

O ambiente físico é composto por 10 telas, de 55 polegadas, dispostas em 2 telas por 5 telas, ocupando um espaço de 8,62m². O espaço foi projetado para o desenvolvimento de soluções personalizadas, por meio de reuniões interativas de até 20 pessoas, para garantir o engajamento entre os participantes. Ou seja, a proposta foi a construção de um espaço que proporcionasse uma maior conexão entre as pessoas, visando a co-criação de ideias e o desenvolvimento de soluções personalizadas e efetivas, por meio de dados e informações distintas, disponibilizadas em múltiplas telas por uma equipe preparada.

O time do Observatório da Indústria é formado por 25 profissionais e mais 4 estagiários. Há profissionais formados nas áreas de economia, estatística, relações internacionais, administração, biologia e engenharia. Destes profissionais, são 13 mestres, 2 doutores e 1 especialista.

Cabe ressaltar, que o time atua de forma transversal e interdisciplinar, potencializando as diferentes habilidades, como análise e tratamento de dados, acompanhamento de indicadores, processos de automatização e obtenção de dados, condução de workshops, elaboração de notas técnicas, notas conjunturais e relatórios analíticos de diferentes temas e aplicação de pesquisas primárias.

A TRAJETÓRIA

Entrar no mundo dos dados e de geração de informação não é uma tarefa simples. E essa trajetória foi iniciada de forma bastante consciente, atravessando etapa por etapa.

 

  • Etapa 1 – Primeiramente precisávamos descobrir como tratar os dados de maneira eficiente e organizada, com isso aprendemos e incorporamos a automatização de extração e de organização das bases acessadas e utilizadas para o desenvolvimento de conteúdo, seguindo com a reestruturação de processos internos para aumentar a nossa produtividade. Nesta etapa também houve a estruturação dos produtos de Conjuntura Econômica, com o Boletim Econômico Capixaba (BEC), recentemente transformado em Boletim da Indústria Capixaba (BIC), e a criação do Anuário do Petróleo. Paralelo a isso iniciamos o Projeto Indústria 2035, que abriu a possibilidade de avançarmos em outra frente estratégica que é a nossa capacidade de estruturar planejamentos estratégicos. O projeto Indústria 2035 consiste no planejamento coletivo para o desenvolvimento estratégico de cada um dos 17 setores portadores de futuro do Espírito Santo.

 

  • Etapa 2 – Avançamos com processos estatísticos mais sofisticados como a dessazonalização das nossas bases, que é quando são retiradas as oscilações que se repetem com um certo padrão em um determinado período de tempo, e aprofundamos a nossa expertise em desenvolvimento de dashboards.

 

  • Etapa 3 – Reestruturamos o nosso processo de pesquisa primária com a aquisição de tecnologia para nos auxiliar a desenvolver adequadamente os instrumentos de pesquisa, além de nos capacitarmos em elaboração de questionário de pesquisa de forma clara e eficiente, com o intuito de extrair a informação de forma mais assertiva dos respondentes. Avançamos em uma frente que é fundamental em nossa atuação que foi o desenvolvimento de indicadores complexos, o primeiro deles foi o Indicador de Ambiente de Negócios (IAN), que nos permitiu avançar em análises de desenvolvimento regional, alinhados à melhoria de Ambiente de Negócios, ao possibilitar um debate qualificado e estruturado com os municípios de nosso estado. E no âmbito do Projeto Indústria 2035, fizemos as entregas dos Setores Portadores de Futuro, das Rotas Estratégicas Agroalimentar e de Biotecnologia.

 

  • Etapa 4 – Na frente de desenvolvimento de indicadores, lançamos o IAE-Findes, que eleva a análise de conjuntura econômica do Estado para outro patamar, ao possibilitar que pudéssemos acompanhar o desempenho econômico do Espírito Santo com abertura setorial e de forma tempestiva. Atualmente divulgamos o IAE trimestralmente, com desagregações para os setores: da indústria (extrativa, transformação, energia e saneamento e construção), dos serviços (comércio, transporte, demais atividades de serviços) e da agropecuária. Ainda avançamos com IAN, ao criar o IAN – Cidade Saudável, que apresenta as condições de saúde do município sob uma perspectiva multidisciplinar, dentro da visão da cidade saudável e qualidade de vida. Foram lançadas também as Rotas Estratégicas de Confecção e Petróleo e Gás.

 

  • Etapa 5 – Foi necessário fazer nova reestruturação de nossos processos internos, para ganharmos mais produtividade, como a estruturação dos dashboards em nuvem, internalização de algumas tecnologias de desenvolvimento de indicadores e de soluções. Possibilitando assim, reformularmos os painéis estratégicos disponíveis em nosso portal e evoluir em nossas análises conjunturais com o lançamento do Boletim da Indústria Capixaba (BIC). Esta etapa foi marcada pelo lançamento da 5ª edição do Anuário do Petróleo, com olhar para o futuro, incluindo a projeção da produção de Petróleo e Gás no Espírito Santo, tanto em terra como em mar.

 

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Ao longo dessa trajetória fomos nos reinventado e hoje atuamos em 5 grandes áreas: 1. Inteligência em Pesquisas; 2. Inteligência de Dados; 3. Inteligência em Construção de Indicadores; 4. Inteligência Analítica; 5. Inteligência em Planejamento Estratégico.

 

  • Área 1 – Inteligência em Pesquisas: Na inteligência em Pesquisa destaca-se alguns de nossos trabalhos, como ICEI e as pesquisas relacionadas a Covid-19. Essa área nos possibilita ser fontes de dados inéditos, que garante a Findes a possibilidade de ouvir os anseios, os sentimentos e os diagnósticos dos industriais e da sociedade de situações específicas e de mercado de forma geral, possibilitando a geração de informações estratégicas e tempestivas.

 

  • Área 2 – Inteligência de Dados: A inteligência de dados é o coração do Observatório. Essa frente dá subsídios para as outras entregas, pois nosso processo depende de bases de dados bem estruturadas, tratadas, para que nossas análises sejam desenvolvidas de forma estratégica e aderente à necessidade do cliente. Essa frente de atuação é transversal a tudo que fazemos e faremos no âmbito do observatório.

 

  • Área 3 – Inteligência em Construção de Indicadores: Nesta área está a consolidação da nossa capacidade de construir indicadores estratégicos, o que é um diferencial em nossa atuação dentro desse mercado de Observatórios da Indústria que já existe em nível nacional[1]. São produtos exclusivos da Findes. O Indicador de Atividade Econômica (IAE) e o Indicador de Ambiente de Negócios (IAN) já citados anteriormente.

 

  • Área 4 – Inteligência Analítica: Essa é a frente que nos permite transmitir todo o conhecimento para sociedade, por meio de nossas análises e relatórios. Agregamos os nossos conhecimentos em documentos técnicos bem estruturados e diagramados, como, por exemplo, o Anuário do Petróleo, que já está na 5ª edição, e o Boletim da Indústria Capixaba (BIC), que reúne mensalmente os cenários conjunturais econômicos e políticos do mundo, Brasil e do ES que afetam a nossa indústria.

 

  • Área 5 – Inteligência em Planejamento Estratégico: O projeto indústria 2035 nos possibilitou atuar na Inteligência de Planejamento Estratégico que é uma tradição reconhecida do Espírito Santo. Já lançamos 6 rotas estratégicas, e estamos trabalhando na Rota de Energia, que será uma entrega extremamente relevante da Findes para a sociedade capixaba. Essa inteligência é desenvolvida em outros observatórios do sistema indústria, e o nosso desenvolvimento nessa área foi possibilitado pelo trabalho em parceria com a FIEP.

O Observatório atua com diferentes instituições seja internamente, com as entidades Sesi, Senai, IEL, Cindes, com os Sindicatos, as câmaras e conselhos; seja também externamente, com a Endeavor, a academia, o Governo do Estado do Espírito Santo, em suas diferentes secretarias, o IJSN, o TCE, a Amunes e o Sebrae, dentro outros importantes parceiros. Entendemos que nossas entregas e produtos, estruturados nas 5 áreas de atuação, foram potencializadas com o lançamento do espaço físico e, dessa forma, abrindo possibilidades de expansão dessa rede.

O Observatório da Indústria é uma iniciativa para conectar pessoas e dados, criar soluções e ampliar resultados, subsidiando a tomada de decisão das instituições do estado, com foco no desenvolvimento do Espírito Santo.

[1] Atualmente há Observatório da Indústria nas Federações do Paraná, Santa Catarina, Ceará e Goiás, e na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Marília Silva é Economista, doutora em economia pela FGV-SP e Gerente Executiva do Observatório da Indústria.

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