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Projeto Anuário do Petróleo: equipe, desafios e resultados


por Nathan Diir

Esse insight é a experiência do Instituto com a elaboração de três edições do Anuário da Indústria do Petróleo no Espírito Santo.

Nos últimos anos, o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies se propôs a repensar suas estratégias para a obtenção de melhores resultados. Tendo como missão fortalecer o desenvolvimento da indústria por meio de pesquisas, estudos e análise de dados, sua proposta é preencher lacunas do conhecimento para aprimorar a tomada de decisão através do uso sistemático de dados e informações.

Em 2017, cientes da missão do instituto e entendendo a representatividade do setor de extração e produção de petróleo na economia capixaba, recebemos o desafio de fortalecer esse segmento com um maior número de dados e informações.

Marcelo Saintive, economista chefe e diretor executivo do Ideies, atribuiu essa tarefa à gerencia do Observatório da Indústria, conduzida pela economista Marília Gabriela. Por coincidência ou não, me foi atribuída a responsabilidade técnica do projeto.

Entre as primeiras pesquisas, identificamos os principais atores do setor de Petróleo e Gás e suas respectivas relações institucionais. O mapeamento das redes aos quais integravam esses atores revelou as organizações ao qual estavam associadas as principais discussões a respeito da situação atual e dos desafios do setor no Brasil e no mundo. Não citarei todas as organizações para evitar incorrer em amnésia. Contudo, cabem dois destaques: a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G).

A Firjan, parceira da Findes e do Ideies em tantos outros estudos e análises, tornou-se o nosso principal benchmark para esse desafio. O Anuário da Indústria de Petróleo no Rio de Janeiro, produzido pela Gerência de Petróleo e Gás da Firjan, foi o documento que demarcou nossas estratégias no começo do projeto. A gerência, conduzida pelos trabalhos da Karine Fragoso, é um modelo de sucesso entre as federações. No início, tive o prazer de compartilhar dúvidas e anseios com os especialistas da instituição. Agradeço ao Fernando Montera e ao Tiago Valejo pela troca de experiências.

Já com o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, grupo formado pela Findes, por petroleiras e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Espírito Santo (Sedes), obtivemos importantes insights a respeito do business e das demandas do setor em nosso estado. A gestão do FCP&G compete ao engenheiro Durval Vieira que, com o auxílio do também engenheiro Elimar Fardin, nos ajudou em importantes diagnósticos do estado. O Fórum foi criado em 2013 e acumula importantes ações em prol do desenvolvimento do setor e da economia capixaba.

Ao Ideies cabe detalhar um importante valor que foi primordial na evolução das edições do anuário: a constante capacitação dos pesquisadores nos melhores centros de ensino do país, que permitiu a absorção  das melhores técnicas de pesquisa para os mais diversos estudos no setor de petróleo. Essa cultura internalizou habilidades para o desenvolvimento de importantes diagnósticos para o Espírito Santo, tornando um importante ativo para o estado. Hoje, tenho o prazer em afirmar que o instituto acumulou o conhecimento técnico e analítico de bases nacionais e internacionais. Com o tempo, criamos a cultura de que sem dados não há tomada de decisão eficiente e inteligente.

Conforme as pesquisas foram avançando e a sistematização de dados estava em curso, o projeto ganhou um status que me surpreendeu. A maior demanda trouxe a necessidade de mais pessoas trabalhando no projeto. Tive o prazer de passar a dividir algumas atividades com mais uma pesquisadora que acabava de chegar no instituto, ainda em 2017. A economista Thais Mozer passou a compor o time do anuário ao qual se empenhou e se especializou (em maior grau) no mapeamento do sistema de inovação dessa indústria no estado.

Na primeira edição (2017), a missão do anuário foi servir de um documento que possibilitasse a compilação de dados e informações da indústria mais significativa do Espírito Santo. Cumprimos com esse objetivo. O 1º Anuário da Indústria de Petróleo e Gás foi lançado no Palácio Anchieta, ao lado de representantes da indústria e do governo estadual e federal. Apesar dos sucessivos elogios, foi necessário voltar ao posto de trabalho e refletir alguns pontos.

Logo após o lançamento, repensamos nossa estratégia. Foi necessário avaliar nosso público alvo e como poderíamos transformar informação em subsídios para a tomada de decisão mais assertiva. Resolvemos estudar nosso cliente, entender sua demanda e apostar em novas frentes de atuação. A segunda edição (2018) ganhou mais fôlego e expandimos a análise para a cadeia de petróleo e gás e seus reflexos na sociedade, evidenciando a importância do setor para a economia capixaba. O maior aprofundamento dos estudos nos fez perceber alguns pontos críticos para o Espírito Santo e que constam no documento. Essa nova fase do anuário permitiu que pudéssemos pautar o estado nas principais decisões relacionadas ao setor.

Já na terceira e última edição (2019), nos preocupamos em atentar para novos investimentos no setor. Entendemos que a indústria do petróleo está passando por um momento de mudanças e, para tanto, precisávamos considerar essas mudanças na cadeia de petróleo do estado. A proposta foi prover uma análise que pudesse subsidiar a tomada de decisão em novos investimentos no Espírito Santo. O anuário passou a ser visualizado como o principal documento que embasa investimentos no setor de petróleo e gás no estado.

No último ano, percebemos que a construção do anuário deveria estar alinhada à agenda do ambiente de negócios do estado. Para tanto, o documento passou a ser liderado pela Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios, conduzida pela economista Gabriela Vichi que antes compunha a equipe do anuário. Agregou-se também a pesquisadora Mayara Bertolani que acrescentou novos conhecimentos a respeito das rodadas e dos leilões da ANP, bem como o impacto para o Espírito Santo.

Aos meus olhos, toda essa jornada nasceu de forma orgânica e com muito engajamento dos pesquisadores, ancorados em uma sinergia própria. O plano de fundo foi uma forte estratégia do diretor, associada com as expectativas dos principais stakeholders. Possuindo certa experiência, posso compartilhar alguns pontos que direcionaram o sucesso do projeto.

O primeiro deles é relacionado à equipe. A seleção de uma equipe com as habilidades necessárias para desenvolver o conhecimento requerido foi fundamental. Os pesquisadores receberam a condição necessária para que pudessem realizar performances compatíveis com as expectativas. A principal delas é o engajamento da equipe com os desafios do Ideies. Esse engajamento, atrelado a cultura de resultados, conseguiu alimentar os efeitos positivos ao longo do projeto. Cabe destacar que o Anuário foi concebido como um projeto transversal entre as áreas do instituto e, por isso, contou com a colaboração de outros analistas do Ideies, como por exemplo, as áreas relacionadas ao comércio exterior e o time de estatística do instituto.

O segundo, destaco a política de metas e as exigências relacionadas a cada pesquisador. Todo o planejamento foi submetido à gerencia e a diretoria para validação. Por sua vez, tanto a gerencia quanto a diretoria estimularam os pesquisadores para que houvesse a constante atualização do arcabouço teórico e legal do setor. Dessa forma, o instituto garantiu i) um ambiente que proporcionou uma série de discussões e debates que permeiam o setor e ii) comprometimento da equipe com o projeto. Esses dois pontos em conjunto criou uma sequência de discussões paralelas ao anuário, gerando novos projetos. Todas essas discussões são divulgadas no portal da indústria e no blog de ambiente de negócios do Ideies.

A consequência disso foi o que destaco como terceiro ponto para o sucesso do projeto. Esse ambiente criou uma importante sinergia entre as hierarquias do instituto, o que possibilitou um fluxo de informações confiáveis entre os pesquisadores, as gerentes e o diretor. Essa característica garante que a condução do projeto seja realizada dentro de um ambiente em que as metas e as exigências não gerem estresse, nervosismo ou ansiedade na equipe envolvida. De forma contrária, garantem maior engajamento ao tema.

Por fim, o quarto e último ponto, ressalto a forma como a equipe do anuário revisa os métodos para alcançar os objetivos necessários para o êxito de cada etapa. O instituto entende que as táticas necessárias para alcançar determinados objetivos podem e devem ser revisadas. Essa característica garantiu a estabilidade e coerência com a condução do projeto. Quando os pesquisadores incorriam em exigências não alcançáveis, o time voltava a discutir as estratégias de atuação e juntos tomavam a decisão de alocação de esforços para mudar o caminho que estava sendo percorrido. Essa característica permitiu reduzir o tempo gasto insistindo em estratégias sem retorno.

A 3ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo no Espírito Santo, lançada hoje, conta com mais de 100 bases de dados com origem em 8 instituições nacionais e internacionais. Dessas informações, derivamos 15 tabelas, 42 gráficos, 13 mapas do setor, 4 quadros, 3 boxes informativos, 1 glossário com as principais definições do setor, 1 mapa oficial (ANP) da indústria. Todo esse conteúdo está presente nas edições em português e inglês, ambos na versão digital e impressa.

De forma geral, o Instituto e a Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios estão munidos de dados e informações do setor capazes de subsidiar a tomada de decisão em diferentes níveis da cadeia de petróleo. Estamos satisfeitos com os resultados, mas confiantes de que repensar o projeto e pactuar novas metas é uma característica que permeia todo o time anuário.

Você pode conferir o documento completo clicando aqui.

Nathan Diirr é economista e analista do Ideies.

Os conteúdos e as opiniões aqui publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores. O Sistema FINDES (IDEIES, SESI, SENAI, CINDES e IEL) não se responsabiliza por esses conteúdos e opiniões, nem por quaisquer ações que advenham dos mesmos.

1 Comment on "Projeto Anuário do Petróleo: equipe, desafios e resultados"

  1. Nathan sempre um pesquisador acima da curva. Excelente trabalho da equipe!

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