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IAN 2020 e Anexo Cidade saudável: pelo olhar da equipe


por Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios e Diretor Executivo do Ideies

Em 2017, iniciamos a jornada da construção do Indicador de Ambiente de Negócios (IAN), naquele primeiro ano nos esforçamos para apresentar um retrato robusto da situação do ambiente de negócios de cada município do estado, pelo relato do Diretor Marcelo Saintive temos o registro dessa história.

Comentar sobre um projeto desta magnitude e buscar, em poucas linhas, contar a sua trajetória não é tarefa fácil. E mais, corremos o risco de deixarmos escapar algum detalhe relevante e/ou  sensível para  a compreensão deste projeto extremamente desafiador.

Em primeiro lugar, faz-se necessário buscar origem da ideia. Em poucas palavras, a proposta de elaboração do Indicador de Ambiente de Negócios (IAN)  emerge do plano estratégico da Findes (Mapa de Navegação – gestão 2017-2020). Sendo o Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do ES) a organização da Findes para trabalhar sob esta ótica, qual seja, a informação analítica dos dados.

Em resumo, surge o desafio de selecionar indicadores que pudessem identificar, num primeiro olhar, o ambiente de negócios dos municípios capixabas.

Após os primeiros brainstorms do projeto, concomitantemente a profunda transformação organizacional por qual passava instituto, inclusive criando uma área específica para tratar do tema, denominada Observatório do Ambiente de Negócios, foi necessário escolher o ponto de partida. Elegemos seguir e estudar a fundo o Índice de Cidades Empreendedoras elaborado pela Endeavor. Este foi nosso benchmark inicial. Ocorre que havia uma tentação forte de meramente replicar os indicadores utilizados neste índice, já badalado nacionalmente.

Ora, mas este não era o nosso objetivo. Concretamente, almejámos selecionar indicadores que, ao serem apresentados numa mesma plataforma, pudessem auxiliar na busca pela melhoria do ambiente de negócios dos municípios e regiões do estado. Era menos um ranking e mais uma ferramenta.  Sendo direto, o projeto rateava. Era promissor, ambicioso, mas conseguiríamos?

Nesta etapa, percebo a necessidade de mudanças na equipe, mas, principalmente, resolvo mudar a liderança do projeto. Escolho, Gabriela Vichi. Até então, a analista sênior do Observatório da Indústria. Não poderia ter feito escolha mais acertada. Vichi, como a chamo, tinha as habilidades técnicas e gerenciais requeridas para tocar um projeto desta envergadura. Em seguida, o time passa por um reforço substancial com os deslocamentos de Mayara Bertolani e Nathan Diirr, num primeiro momento, e também contamos com as entradas de Lucas Mineiro e da estagiária Letícia. Providenciais.

Posteriormente, ainda deslocamos a Vanessa Avanci. Belo reforço. Parêntesis: time altíssimo nível, posso afiançar.

Após isso, sabíamos que a tarefa continuava árdua. Ampliamos o escopo de análise e estudamos diversos outros rankings existentes no que apelidamos de “mercado de indicadores de competividade”. Além disso, buscamos a referencia metodológica da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para confecção de indicadores sintéticos. E, por fim, percebemos a necessidade de sermos muito criteriosos na comparabilidade entre os municípios. Os tamanhos e as realidades socioeconômicas dos municípios são muito distintas. Isso posto, a análise dos municípios passa por um processo de clusterização. Ou seja, agrupamos as cidades conforme as características semelhantes entre elas. Penso que foi um caminho acertado.

A esta altura o projeto encontrava-se bem avançado. A metodologia definida, as divisões em 4 eixos (Infraestrutura, Potencial de Mercado, Capital Humano e Gestão Fiscal) escolhidas, 39 indicadores listados e, principalmente, passíveis de atualização anual para todos os municípios do Espírito Santo. Vale lembrar, sempre, o nosso propósito consiste em pensar,  estudar e propor novas rotas para o desenvolvimento sustentável do estado.

Estávamos quase lá.

Mas faltava o desfecho: Aonde lançaríamos esta ferramenta tão engenhosamente trabalhada? Como divulgaríamos o IAN para que ele pudesse ser acessível aos gestores públicos locais, aos investidores, à sociedade de capixaba?

Eis que veio o convite derradeiro do prefeito Gilson Daniel e presidente da Associação de Municípios do Espírito Santo (Amunes). Diga-se de passagem, desde o seu primeiro contato com o projeto, o prefeito Gilson Daniel foi um apoiador inestimável. Lançamos no fórum Gestão das Cidades no dia 29 de novembro de 2019. O IAN 2019 tinha completado a sua 1a jornada. Agora, estamos lançando o IAN 2020. Bom, mas isso é uma outra história… de sucesso.

Marcelo Saintive é Diretor Executivo do Ideies

Na última terça-feira, lançamos o IAN 2020, em um Webinar com os painelistas: Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica do Banco Safra, Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia, Rodrigo Chamoun, presidente do TCE/ES, Gilson Daniel, prefeito de Viana e presidente da Amunes, Marcos Kneip, secretário de desenvolvimento do ES e Monica Viegas, economista e professora da UFMG.

O IAN 2020 continua composto por 39 indicadores e organizado em 4 eixos (Infraestrutura, Potencial de Mercado, Capital Humano e Gestão Fiscal), desmembrados em 10 categorias. Nesta edição, além de realizar a análise da evolução dos indicadores entre os dois anos, também é possível ter uma navegação com maiores possibilidades de comparabilidade (entre cluster, regionais estaduais, regionais Findes e com quaisquer outros municípios do estado).

E, neste ano extraordinário, em que enfrentamos a pandemia do novo coronavírus, decidimos ampliar a categoria saúde do eixo capital humano, além do fato de sabermos a íntima relação entre produtividade e saúde. Com isso criamos o IAN – Anexo Cidade Saudável, que apresenta 34 novos indicadores sobre os aspectos de saúde dos municípios do Espírito Santo, por meio de uma narrativa que nos possibilita analisar o aspecto multidimensional de uma cidade saudável.

Os colaboradores do Observatório do Ambiente de Negócios, que ficaram na linha de frente da construção do IAN e do Anexo Cidade Saudável nos relatam como foi o projeto neste ano:

“Considero o IAN uma ferramenta que objetiva, em especial, subsidiar os gestores públicos e empreendedores, para melhoria da competitividade local e na tomada de decisão de novos investimentos. Sabendo que o IAN foi construído com transparência, robustez teórica e estatística, acredito que é uma importante fonte de informação para a sociedade civil entender a realidade do seu território, podendo acompanhar e fiscalizar as informações relevantes.

A forma de comunicação com os gestores públicos, empresários e com a sociedade foi algo prioritário desde o início da construção do indicador, tendo em vista que o objetivo era elaborar uma ferramenta estatisticamente bem construída, porém de fácil entendimento, interativa e prática em sua usabilidade. Com o IAN, é possível obter conhecimento eficaz sobre as atividades produtivas do Espírito Santo, servindo de apoio para a gestão pública, a qual iniciará o ano de 2021 com diversos desafios, dentre eles os desafios impostos pelo cenário da Covid-19.

Fazer parte de um projeto que em prol do desenvolvimento socioeconômico capixaba é um sonho que se iniciou em 2008, quando comecei a graduação no curso de ciências econômicas, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em 2015, ao iniciar o mestrado em economia na Ufes, esse desejo tornou-se mais intenso e, a partir de então, toda minha formação foi voltada à realização deste objetivo. Entrar no Ideies, em 2017, foi o primeiro passo para a realização deste sonho. Ao participar ativamente da construção do IAN e notar a sua potencialidade em auxiliar a gestão dos municípios capixabas, este objetivo se tornou mais consistente e valioso”.

Mayara Bertolani, Economista, Mestre em Economia pela Ufes e analista do Ideies

“A produção dos Indicadores de ambiente de negócios (IAN) foi um grande desafio técnico para toda a equipe. A começar pela seleção dos 39 indicadores, pois iniciamos o ano de 2019 com mais de 100. Esses compreendiam diferentes bases, metodologias e coberturas geográficas que auxiliaram para a construção de um método que escolhesse aqueles que melhor medissem o que era esperado pelo Ideies.

Para garantir a robustez teórica e estatística na construção do IAN adotamos o receituário de construção de indicadores do handbook da OCDE. Para um melhor detalhamento dos passos seguidos e métodos escolhidos podem acessar o Referencial Teórico e Estatístico diretamente pelo portal do IAN 2020, por meio de um breve cadastro ao final da primeira página.

Como tínhamos como premissa apresentar os indicadores para os 78 municípios do estado, utilizamos o método de clusterização que separou os municípios do Espírito Santo em seis grupos de acordo com suas similaridades. Foi muito bom ver como isso vem agradando a maioria dos prefeitos e empresários que nos procuram e serve para que o IAN não se torne apenas mais um ranking de posições proporcionando uma oportunidade de desenvolvimento local conjunto de diferentes cidades.

Apesar de estar um tanto quanto consolidado em 2019, o IAN trouxe algumas questões importantes para a versão 2020. Creio que a mais complexa seria desenvolver uma técnica que tornasse possível a comparação dos resultados entre dois anos. Para tanto, adotamos uma normalização conjunta, que, pode ser entendida como uma régua, em que os municípios se posicionam em uma posição referente a 2019 e em outra posição referente a 2020. Essa mesma régua será utilizada para os anos de 2021, 2022 e 2023 para possibilitar a observação de uma trajetória em um número bom de anos.

Dada essa construção, podemos dizer que o IAN tem uma robustez teórica e estatística muito valorosa. Nessa linha gostaria de dizer que me sinto um tanto quanto lisonjeado por ter participado desse projeto que me permitiu conhecer pessoas compromissadas com o desenvolvimento econômico do Espírito Santo, com alta capacidade técnica e empenho para realizar sempre o melhor trabalho. Essa entrega do Observatório do Ambiente de Negócios ainda vai trazer muitos frutos para os capixabas, e, eu como mineiro, sinto orgulho por fazer parte dessa estrada”.

Lucas Araújo, Economista, Doutor em Economia pela UFF e analista do Ideies

“Atualmente, a gestão pública moderna possui o compromisso de prover serviços públicos e de qualidade, sujeita a uma restrição orçamentária. O trabalho não é fácil e requer preparo de uma equipe que esteja comprometida com resultados, sem espaços para alocação de recursos equivocados.

Com maior acesso à informação, oriundo de uma intensa globalização dos meios de comunicação, o munícipe está mais exigente com relação aos serviços públicos que lhe são ofertados. Há um crescente aumento da demanda por serviços públicos que gerem maior bem-estar para a população e que prezem pela eficiência, qualidade e baixo custo. Atrelado a esse movimento, o gestor público enfrenta uma restrição orçamentária, pressionado em gerar receitas próprias e redução de despesas.

Diante desse desafio, o gestor público precisa estar munido de dados e indicadores que reflitam análises claras, confiáveis e atualizáveis a respeito da condição do município. A proposta é que essas análises gerem uma tomada de decisão baseada em evidências, reduzindo os riscos e aumentando a precisão na alocação de recursos. E acredito que o IAN cumpre esse papel.

Acredito que o IAN pode ser visto como esse instrumento confiável de informação para o gestor público, porque no backstage do projeto, há uma equipe capacitada e engajada para propor soluções tangíveis ao município. No Instituto, internalizamos o conhecimento e a expertise para criar, adaptar e melhorar indicadores. Com o suporte da ciência de dados e utilizando a estatística e a economia, ofertamos à sociedade capixaba um know how capaz de poupar tempo, esforço e dinheiro dos 78 municípios capixabas”.

Nathan Diirr, Economista, Mestrando em Economia pela Ufes e analista do Ideies

“Desde quando iniciei no Ideies, em fevereiro de 2019, já fui apresentada ao projeto e a toda proposta existente por trás dele. Fiquei ainda mais empolgada, porque é outra sensação quando fazemos algo em prol da sociedade como um todo. Mesmo ali nos bastidores, sendo suporte de toda a equipe, em todos os momentos eu me sentia em uma sala de aula com diversos mentores por perto. Apesar de nascida e criada no Espírito Santo, foi com o IAN que pude acompanhar e compreender cada município e quais as vantagens e entraves deles. Um por um. E, apesar da individualidade dessas cidades, compreendi, também, a voltar os olhos para o nosso estado de uma forma conjunta e crítica para todos os cantos dele, admirando o grande potencial existente aqui.

Durante todo esse tempo, integrando o time, pude enxergar para além de dados estatísticos e resultados finais de todo o processo técnico para a elaboração do projeto. Aqui, os primeiros passos, para algo grandioso, partem de uma ideia e de várias pessoas dispostas a trabalhar juntas e constituir uma equipe, assim como deve ser em grande parte das nossas vidas. Pude ver isso na prática diária e de forma incessante, com pessoas que buscam sempre ensinar e aprender cada vez mais”.

Letícia Aguiar, Estudante de Economia na Ufes e estagiária do Ideies

“Uma cidade saudável é uma construção coletiva, com atores do setor público e privado, profissionais de saúde e cidadãos trabalhando juntos para garantir uma melhor qualidade de vida para todos. Nós sabemos que medir a saúde de uma cidade é um problema complexo que necessita da combinação de múltiplos fatores que impactam no cotidiano dos cidadãos e que envolvem hábitos e comportamentos de toda a sociedade. Mas, a experiência com o IAN, essa ferramenta construída para medir e monitorar as várias dimensões que determinam a capacidade produtiva de um município baseada em evidências, nos capacitou para encarar esse desafio.

Os indicadores selecionados para o Anexo Cidade Saudável se encontram pulverizados em diversas fontes oficiais e públicas, portanto, o grande mérito deste projeto foi reunir em uma única plataforma esse conjunto de informações organizados através dos eixos em uma abordagem inovadora, multidimensional e integrada. Sendo a saúde um dos determinantes da capacidade produtiva dos trabalhadores, este é um eixo muito importante da competitividade que foi aprofundado pelo IAN com métodos objetivos para avaliação das condições atuais de saúde dos municípios capixabas e que irá permitir monitorar a sua evolução”.

Vanessa Avanci, Economista, Doutora em Economia pela UFF e analista do Ideies

“Gerenciar o projeto do IAN é um desafio diário, porque acreditamos no propósito da ferramenta, portanto queremos cotidianamente a sua melhoria. E, mais do que isso, queremos espalhá-la em todos os cantos do território capixaba, e até fora dele. Até mesmo porque, acreditamos que quando as instituições apresentam que o estado possui uma ferramenta, pela qual é possível ter uma análise robusta da situação do ambiente de negócios, em uma visão holística, de cada um dos seus municípios, já assume, como ponto de partida, que há organização e credibilidade naquele território.

Mesmo sendo um desafio, contando com uma equipe engajada e uma direção que acredita no seu trabalho e oferece o suporte necessário para avançar nas melhorias propostas no projeto, conseguimos, em conjunto, oferecer uma ferramenta completa e inovadora para todos os capixabas.

Que venha o IAN 2021!”

Gabriela Vichi, Economista, Mestre em Economia pela UFPR e gerente do Ideies

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